Novidades serão anunciadas na próxima quinta-feira (16), segundo Pedro Guimarães, presidente do banco. Movimento é inesperado, já que a Selic está em tendência de alta
A Caixa Econômica Federal deverá anunciar, na próxima quinta-feira (16), uma redução nos juros de financiamento imobiliário. Foi o que revelou o presidente da estatal, Pedro Guimarães, em evento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (13).
“A Caixa vai reduzir os juros. Não está aumentando a Selic? Então a Caixa Econômica Federal, com o lucro que nunca teve, sem roubar, vai diminuir os juros da casa própria”, justificou Pedro Guimarães, que participava do lançamento do programa Habite Seguro, que concederá subsídios a policiais na compra do primeiro imóvel.
Ele afirmou que a Caixa só é capaz de colocar em prática esse tipo de atitude porque o banco, agora, não tem, segundo ele, desvios de dinheiro "como nos governos anteriores". “Como fazer esse programa há dez anos, quando a Caixa estava com balanço frágil?”, disse, referindo-se ao Habite Seguro.
Guimarães afirmou ainda que a estatal era o quarto banco em crédito imobiliário quando iniciou o governo, o que é incompatível com seu status de “banco da habitação”. “Como que o banco da habitação estava em quarto? A resposta é simples: não tinha capital, tinham levado o capital da Caixa. O balanço estava com ressalvas desde 2016 e em um trimestre revertemos isso”, justificou.
Apesar de o evento ter sido voltado para os agentes de segurança pública, a diminuição nas taxas de juros feita por Guimarães deverá valer para todos os públicos.
Movimento inesperado
O movimento é inesperado, já que há uma tendência de alta na taxa básica de juros – que serve de base para empréstimos, financiamentos e diversas atividades da economia. Em agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, pela quarta vez seguida, por aumentar a Selic, que atualmente está em 5,25%.
Segundo projeções de analistas ouvidos pelo BC para o Boletim Focus, espera-se que a taxa básica de juros suba mais até o fim de 2021 e encerre o ano em 8%. Há quatro semanas, a projeção era de 7,5%, mas a expectativa é cada vez mais alta à medida que a inflação avança.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/